Mulheres no Mercado Financeiro: avanços e desafios para a equidade de gênero

Resumo do texto

 

O mercado financeiro sempre foi um ambiente predominantemente masculino. No entanto, nas últimas décadas, as mulheres têm conquistado espaço e mostrado sua capacidade de liderança, tomada de decisão e influência no setor.  

Ainda assim, diversos desafios persistem, desde a desigualdade salarial até a baixa presença em cargos de liderança. Neste artigo, abordamos a realidade das mulheres no mercado financeiro, os obstáculos que enfrentam e as mudanças necessárias para um ambiente mais equitativo. 

A desigualdade de gênero no mercado financeiro 

Apesar dos avanços, a desigualdade de gênero ainda é uma realidade evidente no mercado financeiro. As mulheres, mesmo sendo maioria nos cursos superiores, continuam ganhando menos e ocupando menos cargos de liderança do que os homens. 

A falta de representação feminina é outro obstáculo: apenas 24% dos investidores na B3 são mulheres, mostrando que a inclusão no mercado financeiro ainda tem um longo caminho a percorrer. 

Mulheres no mercado financeiro 

As mulheres têm um papel fundamental na economia, não apenas como profissionais do mercado financeiro, mas também como tomadoras de decisões econômicas em seus lares. Segundo o governo, as mulheres chefiam mais de 49% dos lares brasileiros. 

Porém, a representatividade feminina em funções estratégicas ainda é reduzida. Apenas 14% dos analistas CNPI credenciados na Apimec são mulheres, e apenas 7% dos profissionais CGA possuem certificação de Gestores de Carteiras Anbima. Esses números indicam que há uma necessidade urgente de iniciativas que incentivem a participação feminina nesse setor. 

Mulheres em cargos de liderança em bancos e fintechs 

A presença de mulheres em posições de liderança no mercado financeiro tem aumentado, mas ainda há um desequilíbrio significativo. Segundo a FESA Group, apenas 33,86% dos cargos de liderança nas empresas de finanças são ocupados por mulheres. Esse percentual é ainda menor em áreas como Investment Banking, onde apenas 17,39% das posições de chefia são femininas. 

Apesar disso, estudos mostram que empresas com liderança feminina apresentam melhor desempenho financeiro. Um levantamento do S&P Global Market Intelligence revelou que companhias com CFOs mulheres tiveram um retorno 8% superior à média do mercado. Essa estatística reforça a necessidade de políticas corporativas que incentivem a contratação e promoção de mulheres. 

Iniciativas para a inclusão feminina no mercado financeiro 

Diversas iniciativas têm surgido para incentivar a inclusão feminina no setor financeiro. Algumas delas incluem: 

  • Regulamentação da B3: desde 2023, empresas de capital aberto na B3 devem apresentar relatórios sobre diversidade em seus conselhos e diretorias; 
  • Programas de Mentoria: empresas têm criado programas de mentorias específicos para mulheres, ajudando a reduzir a desigualdade no acesso a cargos de liderança; 
  • Flexibilização do Trabalho: modelos híbridos e flexíveis têm sido adotados para facilitar a conciliação entre vida profissional e pessoal. 

Independência Financeira Feminina PagBank 2025 

Desde 2022, no mês de março, o PagBank homenageia as mulheres com a publicação de uma nova temporada do projeto Independência Financeira Feminina PagBank. O objetivo é evidenciar a importância de as mulheres conquistarem a sua independência financeira, entendendo que cada uma é única e dona de sua própria história.  

Para isso, o projeto conecta histórias de mulheres reais que superaram suas dificuldades. Assim, além de inspiração, elas podem aprender umas com as outras. 

A primeira temporada discutiu a evolução do papel da mulher na sociedade, passando por questões de autoconhecimento, autorrespeito e futuro. Em 2023, foi apresentado um passo a passo para a transformação em “De Devedora em Investidora”, dando luz à necessidade de empreender a si mesma.  

Já a temporada de 2024 foi no estilo “uma sobe e puxa a outra”, convidando mulheres que fundaram e representam instituições dedicadas a apoiar mulheres para contarem suas histórias. 

Neste ano, o Independência Financeira Feminina apresenta mulheres de diferentes gerações que conseguiram romper a bolha da desigualdade de gênero e assumiram funções de liderança no mercado financeiro. Contando suas trajetórias, elas comprovam que, seja profissionalmente ou como investidora, esse mercado tem, sim, grandes oportunidades para as mulheres.  

Assista ao primeiro episódio da temporada 2025:

O futuro da equidade de gênero no mercado financeiro 

O caminho para um mercado financeiro mais igualitário passa por mudanças estruturais e culturais. Para alcançar a equidade de gênero, é essencial que as empresas adotem políticas afirmativas, garantindo maior representação feminina em cargos de liderança. Assim como também é necessário que as mulheres se encorajem a buscar mais educação financeira e oportunidades de construção da sua própria independência. 

Com mais mulheres no comando, há tendência de que o mercado financeiro se torne mais dinâmico, diverso e eficiente. Estudos apontam que equipes diversas tomam melhores decisões e impulsionam resultados positivos para as empresas e a economia como um todo. 

Embora a participação feminina no mercado financeiro tenha crescido, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir equidade de gênero nesse setor. Os desafios são muitos, desde a desigualdade salarial até a dificuldade de ascensão profissional, mas os avanços mostram que a mudança é possível. 

Promover um mercado financeiro mais inclusivo não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma estratégia inteligente para alavancar a economia e melhorar a gestão financeira global. No Mês Internacional da Mulher, é essencial refletirmos sobre esses desafios e avançarmos na construção de um futuro mais igualitário para todas as profissionais do setor.