Resumo do texto
- A importância da educação financeira para a população preta;
- O impacto na economia do país;
- O afroempreendedorismo e o Black Money.
Não é apenas nas vésperas do Dia da Consciência Negra que precisamos discutir um tema que impacta não só a vida das pessoas, mas a economia nacional: a educação financeira para a população preta. Um conhecimento essencial que atua como transformador social para a comunidade.
A população preta ainda enfrenta barreiras significativas para acessar o mercado de trabalho e o sistema financeiro, devido às desigualdades históricas herdadas da época de escravidão no Brasil.
Atualmente, a fragilidade das políticas públicas e de programas de integração econômica e social limitou o desenvolvimento dessa comunidade, resultando em altos índices de informalidade, precariedade e vulnerabilidade econômica.
Por mais que pessoas pretas representem 55% da força de trabalho, como mostrado no informativo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil do IBGE, elas enfrentam uma desvantagem salarial que evidencia o impacto do racismo estrutural na economia. Para reverter esse quadro, a educação financeira e o acesso a crédito são fundamentais. Além de movimentos, como o Black Money e o afroempreendedorismo.
Leia nosso conteúdo especial sobre a importância da educação financeira para a população preta e as iniciativas que procuram mudar essa realidade.
Educação financeira para a população preta: entenda a importância
A educação financeira para a população preta é um dos caminhos possíveis para reduzir o impacto das desigualdades e ampliar o acesso a oportunidades econômicas.
A crise causada pela pandemia, por exemplo, afetou desproporcionalmente a população preta, que correspondeu a 78% das pessoas que perderam o emprego entre o primeiro e o segundo trimestre de 2020. Por mais que não seja recente, esse número reflete a vulnerabilidade econômica da comunidade.
Além disso, dados da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostram que 52% dos empreendedores brasileiros são pretos ou pardos, mas 82% desses negócios não possuem CNPJ, o que dificulta o acesso a crédito e ao crescimento estruturado.
A inclusão financeira, por meio de educação e orientações práticas, permite que pessoas pretas – seja dentro de casa ou em seus negócios – tenham mais autonomia para planejar e se estruturar financeiramente.
O que leva à contribuição para a economia nacional, como veremos a seguir.
Como a população preta impacta a vida financeira do país?
Quando o assunto é inclusão econômica e educação financeira, não estamos falando apenas da igualdade de oportunidades, mas também de um impacto significativo na economia brasileira.
A população preta movimenta cerca de R$ 1,9 trilhão por ano. Esse valor é atingido mesmo com barreiras financeiras e sociais, que limitam o potencial de contribuição ao mercado. Se pensarmos, por exemplo, que a média salarial de um empreendedor preto é metade da média de remuneração de um empreendedor branco, deduzimos que há muito o que melhorar.
Com um consumo anual elevado, mas com menores rendimentos e pouca inclusão nos setores formais de trabalho, o poder de compra e o impacto financeiro da população preta poderiam ser ainda maiores se fossem asseguradas condições igualitárias de acesso a crédito e educação financeira.
Ao investir em educação financeira para a população preta e promover oportunidades no mercado de trabalho e no empreendedorismo, o país não só beneficia a comunidade como fortalece a economia, gerando empregos e ampliando o consumo.
Assista ao programa Vozes que Inspiram, projeto do PagBank que abre espaço para diálogo sobre temas financeiros que impactam sistematicamente diferentes comunidades. No episódio de lançamento, convidados abordam sobre o empoderamento financeiro na população preta.
Racismo estrutural e a inclusão econômica da população preta
Já citamos na introdução, mas aqui retomamos a ligação entre o racismo estrutural presente no nosso país e o impacto em esferas econômicas e sociais, limitando o desenvolvimento da população preta, mesmo esta sendo a maior parte da força de trabalho no país, como citamos na introdução.
Desigualdades salariais, falta de representatividade em cargos de liderança e dificuldades de acesso ao crédito e a serviços bancários são algumas consequências de uma sociedade que ainda perpetua o racismo. Apenas 29,9% dos cargos gerenciais são ocupados por pretos ou pardos, e a renda média de trabalhadores pretos é 57,5% menor que a de trabalhadores brancos.
É nesse cenário, que vemos a necessidade de práticas inclusivas que atendam às necessidades da população preta. Projetos como o Movimento Black Money defendem essa inclusão, promovendo o consumo consciente e estimulando a criação de uma rede de negócios liderados por afroempreendedores. É isso que vamos conhecer agora.
O afroempreendedorismo e o Black Money
O afroempreendedorismo é uma estratégia que busca valorizar o trabalho da população preta.
Negócios liderados por pessoas pretas movimentam cerca de R$ 1,73 trilhão anualmente no Brasil, e o fortalecimento desse setor é fundamental para reduzir as desigualdades econômicas. Além de impulsionar a economia, o afroempreendedorismo cria redes de apoio e identificação, o que estimula outras pessoas pretas a empreender e consumir de empresas pertencentes à comunidade.
Nesse contexto, o Movimento Black Money surge como um esforço para fomentar a circulação de recursos financeiros dentro da comunidade preta. Para além da educação financeira para essa população, estamos falando de suporte para crescer junto.
É como uma roda de pessoas pretas de mãos dadas, prontas para se ajudar e fazer a própria comunidade crescer. O Black Money busca fortalecer negócios de pessoas pretas, gerar empregos, ampliar a renda e promover uma integração da população ao sistema financeiro, criando um ciclo de crescimento econômico.
A educação como caminho de inclusão
Como você viu, a educação financeira para a população preta é o caminho para a inclusão econômica. Afinal de contas, quando a maioria da população possui amplo acesso aos serviços financeiros, a economia é impulsionada.
Nesse cenário, estimular conhecimento é dar ainda mais oportunidade para quem encontra mais barreiras do que caminhos abertos. No PagBank, isso é feito a partir de projetos como o Vozes que Inspiram, que discute a educação financeira como instrumento poderoso de transformação social.