Como fazer transferência de veículo: tudo o que você precisa saber

Resumo do texto

 

Uma pesquisa recente, realizada pela WebMotors, mostrou que 68% dos brasileiros planejam adquirir ou trocar de carro em 2025. Metade quer fazer isso ainda no início do ano. Mas será que todos sabem como fazer a transferência de veículo

O processo é um tanto burocrático, com regras e etapas que precisam ser respeitadas e cumpridas para evitar problemas futuros. 

Por isso, se você faz parte do grupo que vai rodar por aí de carro novo, vamos lhe mostrar quais são as fases da transferência, os valores e, ainda, responder às principais dúvidas dos motoristas sobre o assunto. 

Engate a primeira e siga em frente!   

O que é transferência de veículo?

A transferência de veículo é o processo que oficializa a mudança de proprietário de um automóvel no Detran. Ela deve ser feita sempre que houver compra, venda, doação ou qualquer outra transação que envolva a mudança de titularidade do veículo.

Esse processo assegura que o novo dono seja responsável por todas as obrigações referentes ao automóvel, como o pagamento de impostos e possíveis infrações, por exemplo.

O prazo para concluir a transferência é de 30 dias a partir da data de assinatura do recibo de compra e venda. Caso esse prazo não seja cumprido, o comprador pode ser multado e ter pontos adicionados à CNH.

Como fazer transferência de veículo? 6 passos para transferir sem complicações

Realizar a transferência de veículo exige atenção a cada etapa do processo. Se alguma pendência não for resolvida ou houver documentação incorreta, a transação pode ser negada pelo Detran.

Portanto, para evitar problemas, é recomendado seguir o passo a passo corretamente. 

Veja a seguir como fazer a transferência de veículo sem complicações e garantir que tudo esteja regularizado.

1. Verifique se existem pendências não pagas

Antes de dar início ao processo de transferência, o primeiro passo é se certificar de que o veículo não possui débitos em aberto

Para isso, você pode fazer uma consulta no site do Detran do estado onde o carro está registrado e verificar se existem:

  • Multas pendentes, que impeçam a regularização do veículo;
  • IPVA atrasado, que impossibilita a emissão do novo CRV e CRLV;
  • Taxa de licenciamento em aberto, que precisa estar quitada para que o carro possa circular legalmente.

Se houver alguma dívida, a transferência não poderá ser realizada até que o vendedor regularize a situação.

Leia também: IPVA São Paulo 2025: como calcular, consultar e pagar o imposto

2. Preencha o recibo de compra e venda

O Certificado de Registro do Veículo (CRV) contém a Autorização para Transferência de Propriedade do Veículo (ATPV), que deve ser preenchida corretamente com os seguintes dados:

  • Nome completo e CPF do comprador;
  • Valor da venda;
  • Data da transação.

Desde 2021, os veículos registrados já contam com a versão digital desse documento, que se chama ATPV-e. Para gerá-la, basta acessar o site do Detran do estado onde o carro está registrado.

3. Autentique o recibo em cartório

Depois de preencher o recibo de compra e venda, tanto o comprador quanto o vendedor precisam comparecer a um cartório para reconhecer firma por autenticidade

O procedimento serve para garantir que as assinaturas no documento são legítimas e evita fraudes.

Em alguns estados, como São Paulo, por exemplo, o próprio cartório já faz a comunicação de venda ao Detran. 

Atenção: cada Estado possui um processo único de transferência de veículo. Se tiver dúvidas, procure o Detran para saber mais detalhes.

Depois de reconhecer firma, o que fazer para transferir veículo?

O próximo passo é agendar a vistoria veicular. Essa etapa serve para confirmar que o veículo está em boas condições e que não há irregularidades que possam impedir a mudança de proprietário.

O agendamento pode ser feito pelo site do Detran ou diretamente em uma empresa credenciada.

4. Pague a taxa de transferência veicular (se você for o comprador)

A taxa de transferência de veículo precisa ser paga pelo comprador no prazo de 30 dias após a assinatura do recibo. Se esse prazo não for respeitado, o novo proprietário pode ser multado e perder pontos na CNH.

Qual o valor da taxa de transferência?

O valor da taxa de transferência varia conforme o estado, mas em média custa R$263,80.

Para saber o custo exato na sua região, consulte o site do Detran do seu estado.

5. Faça a vistoria veicular

A vistoria veicular pode ser feita no Detran ou em uma empresa credenciada, dependendo das regras do estado. 

Ela é obrigatória, conforme as normas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), e serve para garantir que o carro está em condições seguras de circulação e não sofreu modificações irregulares. 

Durante a inspeção, são verificados:

  • Condições do chassi e da carroceria;
  • Numeração do motor;
  • Equipamentos obrigatórios, como cintos de segurança, faróis e pneus.

Se houver qualquer irregularidade, o veículo será reprovado e o proprietário precisará corrigir o problema antes de continuar o processo de transferência.

O que é o laudo de transferência?

Após a aprovação na vistoria, é emitido o laudo de transferência, que comprova que o veículo está apto para ser transferido. Ele deve ser anexado à documentação entregue para a finalização do processo no Detran. 

6. Separe os documentos para realizar o processo de transferência

Com todas as etapas anteriores concluídas, é hora de organizar a documentação necessária para apresentar ao Detran. O novo proprietário deve reunir:

  • RG ou CNH (original e cópia);
  • Comprovante de residência recente (original e cópia);
  • CRV ou ATPV-e preenchido e autenticado em cartório;
  • Laudo de vistoria do veículo;
  • Comprovante de pagamento da taxa de transferência;
  • Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV).

Com todos os documentos em mãos, basta comparecer ao Detran ou realizar a solicitação pelo site do órgão, conforme as regras do estado e então concluir a transferência do veículo.

9 dúvidas comuns sobre a transferência de veículos respondidas para você

A transferência de veículo sempre costuma gerar dúvidas, principalmente para quem está realizando o processo pela primeira vez. É o seu caso?

Para evitar problemas e fazer tudo da forma correta, respondemos abaixo às perguntas mais comuns sobre as taxas, prazos, documentos e situações especiais. Confira!

1. É possível fazer a transferência online?

Sim, mas com algumas ressalvas. Em alguns estados, a transferência de veículo online pode ser feita pelo portal Gov.br e pelo aplicativo Carteira Digital de Trânsito (CDT)

Esse processo possibilita que comprador e vendedor assinem digitalmente a Autorização para Transferência de Propriedade do Veículo (ATPV-e), sem precisar ir a um cartório para reconhecer firma.

No entanto, a vistoria ainda precisa ser feita presencialmente, visto que é obrigatória para assegurar que o veículo não sofreu modificações irregulares e está em boas condições para circular.

Se o estado do comprador permitir a transferência digital, o processo pode ser concluído com maior agilidade, sem a necessidade de deslocamento ao Detran para a entrega de documentos.

2. Quanto é a taxa de transferência de veículo?

O valor da taxa de transferência de veículo varia de acordo com o estado onde o automóvel está registrado. Alguns exemplos de valores são:

  • São Paulo – SP: pode chegar a R$ 419,03, caso o licenciamento anual não tenha sido pago. Se estiver regularizado, a taxa cai para R$ 263,80;
  • Rio de Janeiro – RJ: fica entre R$ 183,24 e R$ 203,60;
  • Minas Gerais – MG: em torno de R$ 259,71.

Como esses valores podem ser alterados ao longo do tempo, é sempre importante consultar o site do Detran do estado correspondente para verificar a taxa atualizada antes de iniciar o processo.

3. Como pagar a taxa de transferência?

A taxa pode ser paga de diferentes formas, dependendo do estado. Em geral, as opções disponíveis são:

  • Boleto bancário, emitido pelo site do Detran;
  • Pix, caso o Detran do estado tenha essa opção disponível;
  • Internet banking, nos bancos credenciados para o pagamento de taxas veiculares;
  • Caixas eletrônicos e lotéricas, onde o pagamento pode ser feito com o código de barras gerado no site do Detran.

Após realizar o pagamento, lembre-se de guardar o comprovante, porque ele será exigido no momento de dar entrada na transferência do veículo.

4. Quem paga a transferência do veículo?

A responsabilidade pelo pagamento da taxa de transferência de veículo é do comprador. Ele tem 30 dias a partir da data da assinatura do recibo para concluir o processo no Detran.

Se esse prazo for ultrapassado, o comprador estará cometendo uma infração média, sujeita a multa de R$ 130,16, além da adição de 4 pontos na CNH e da possível retenção do veículo até a regularização.

5. Após a vistoria do veículo, qual o próximo passo?

Depois de realizar a vistoria e obter o laudo de transferência, o comprador deve reunir todos os documentos exigidos e comparecer ao Detran para dar entrada no processo. Os principais passos são:

  1. Apresentar o laudo de vistoria, junto com os outros documentos obrigatórios, como RG, CRV, ATPV-e autenticado e comprovante de pagamento da taxa de transferência;
  2. Solicitar a emissão do novo Certificado de Registro do Veículo (CRV) e do Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV) em seu nome;
  3. Aguardar a análise e a aprovação do Detran, que pode levar alguns dias.

Após esse processo, o veículo estará oficialmente transferido para o novo proprietário.

6. Se eu transferir um veículo de outro estado, será preciso um novo emplacamento?

A obrigatoriedade de um novo emplacamento vai depender do modelo da placa do veículo:

  • Se o carro já tiver a Placa do Mercosul, que não exibe a sigla do estado, não será necessário um novo emplacamento. Basta atualizar o registro no Detran do novo estado;
  • Se a placa ainda for do modelo antigo, com identificação do estado e município, o novo dono precisará providenciar a troca para a Placa do Mercosul, obrigatória em transferências interestaduais.

7. O que muda na transferência de um veículo financiado?

Se o veículo ainda estiver financiado, há duas formas de realizar a transferência:

  1. Quitar a dívida e solicitar a transferência normalmente: o comprador pode pagar o saldo restante do financiamento, removendo a restrição de alienação fiduciária e permite que o carro seja transferido sem impedimentos;
  2. Transferir o financiamento para o novo comprador: nesse caso, a instituição financeira precisa aprovar a nova análise de crédito. O contrato de financiamento é atualizado para o nome do novo proprietário, mantendo as mesmas condições ou renegociando as parcelas.

Se o financiamento não for quitado ou transferido, a venda pode ser anulada pelo Detran, já que o veículo continua vinculado ao banco ou financeira.

8. Como fazer a transferência de um veículo que pertence a uma pessoa falecida?

Quando o proprietário do veículo falece, a transferência pode ser feita por meio de inventário ou Alvará Judicial. O procedimento adequado depende da existência de outros bens e do valor do carro.

  • Se houver inventário, o veículo será incluído no processo e transferido para o herdeiro designado. Esse herdeiro pode decidir manter ou vender o automóvel;
  • Se o carro for o único bem, é possível solicitar um Alvará Judicial, que autoriza a transferência sem a necessidade de um inventário formal.

Além dos documentos normais de transferência, é necessário apresentar:

  • Certidão de Óbito do antigo proprietário;
  • Comprovante da partilha dos bens (se houver inventário);
  • Documento do veículo em nome do falecido.

9. O alvará judicial substitui o inventário?

Sim, mas apenas em situações específicas, como:

  • Quando o carro é o único bem deixado pelo falecido e será transferido ou vendido;
  • Para saques de valores abaixo de R$ 10.000,00 em contas bancárias do falecido;
  • Para liberação de benefícios previdenciários, como FGTS ou PIS/PASEP.

Se houver outros bens a serem partilhados, o inventário será necessário para formalizar a divisão entre os herdeiros.

Tudo certo com a transferência? Veja o que mais você precisa cuidar

Neste artigo, explicamos como fazer transferência de veículo de forma correta, seguindo todas as etapas necessárias para evitar problemas. Como cada estado tem suas próprias regras, é essencial conferir as exigências no site do Detran antes de iniciar o processo.

Se você chegou até aqui, é porque quer evitar problemas, como multas inesperadas, taxas não pagas ou falhas no processo de transferência. E ninguém merece ter dor de cabeça depois de fechar negócio, certo? 

A boa notícia é que, com informação e planejamento, você consegue resolver tudo de forma simples, segura e sem maiores contratempos.

Mas a burocracia não para na transferência. Para manter seu carro sempre regularizado, é importante ficar de olho no IPVA, licenciamento e na Tabela Fipe, que ajuda a entender o valor do veículo no mercado. 

Para te ajudar com isso, separamos mais alguns conteúdos essenciais:

Mantenha tudo em dia e dirija por aí com muito mais tranquilidade!