Holding: o que é e como funciona esse modelo de negócio?

Resumo do texto

  • Entenda como as holdings funcionam;
  • Fique por dentro das vantagens e desvantagens desse tipo de negócio;
  • Veja os passos necessários para criar uma holding.

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Você já ouviu falar do termo “holding“? Essa palavra, que em português significa “manter” ou “controlar”, é usada para descrever um tipo especial de empresa que administra diversos empreendimentos de um mesmo grupo.

Montar uma empresa desse tipo pode ser uma vantagem no mundo dos negócios. Para aproveitá-las, você precisa entender bem o que é uma holding e como ela funciona.

Entenda os fundamentos de uma holding, seu processo de estabelecimento e as vantagens associadas.

Holding: o que é e como funciona?

Holding é uma empresa que tem como principal atividade deter ativos em outros negócios, que podem, ou não, estar no mesmo setor de atuação. Como sócia majoritária, ela pode tomar as decisões administrativas e controlar as companhias do grupo.

Esse modelo surgiu no Brasil em 1976, com a Lei nº 6.404, também conhecida como Lei das Sociedades Anônimas ou Lei das Sociedades por Ações.

As holdings podem ser:

  • Sociedade anônima (S.A.);
  • Sociedade limitada (LTDA);
  • Empresa individual de responsabilidade limitada (Eireli).

Independente do tipo societário ou regime jurídico, todas as holdings são fiscalizadas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Esse órgão é responsável pela promoção da livre concorrência e combate a práticas que possam prejudicar o mercado. Geralmente, cada subsidiária costuma ter uma gestão independente, participando da definição das políticas gerais de administração.

Quais são as funções desse tipo de empresa?

Normalmente, a empresa-mãe não é responsável por nenhum tipo de operação comercial. Ela faz a gestão e supervisão das subsidiárias, coordenando atividades e decisões estratégicas, além de:

  • Manter o controle das operações;
  • Monitorar as ações de outras companhias em que há participação acionária;
  • Facilitar o processo de herança;
  • Alocar recursos entre as subsidiárias de forma eficiente;
  • Estabelecer políticas corporativas.

Conheça os principais tipos de holding

Existem diversos tipos de holding. A classificação depende das características das empresas e das atividades exercidas. Confira!

Holding familiar

Apesar de estar nesta lista, a holding familiar não é um tipo, mas uma configuração. O patrimônio de uma ou mais pessoas de uma família fica sob responsabilidade da holding, que também é administrada por familiares.

Holding patrimonial

Administra os bens imóveis de um grupo de pessoas. Isso é feito para que esses ativos possam ser incorporados ao capital social da organização.

Holding pura

Controla as subsidiárias, não tem participação em nenhum outro tipo de negócio, nem realiza outras atividades econômicas.

Holding mista

Além de administrar as subsidiárias, a holding mista também exerce outras atividades empresariais. Assim, tem duas fontes de receita: os dividendos das empresas controladas e a operação secundária.

Holding administrativa

A holding administrativa é especializada em gestão profissional para as empresas controladas. Ela toma decisões para aumentar a eficiência das operações.

Holding de participação

É uma entidade com participação minoritária em outras companhias e, por isso, não atua diretamente na gestão. Geralmente, o objetivo é garantir que um negócio ou grupo de pessoas mantenha um percentual de uma ou mais empresas.

Holding de controle

Como o próprio nome sugere, ela é criada para assegurar a administração das subsidiárias. Como sócia majoritária, ela pode influenciar políticas, estratégias e operações das outras empresas.

O que é holding

Passo a passo: como criar uma holding?

O caminho para abrir uma holding no Brasil é o mesmo indicado para qualquer outro modelo de negócio. Para  seguir com esse tipo de empreendimento, a primeira coisa a ser feita,  é um planejamento.

Depois disso, os passos seguintes são:

  1. Escolher o regime jurídico e regime tributário, que não pode ser o Simples Nacional;
  2. Decidir o tipo de sociedade empresarial da holding;
  3. Elaborar o Contrato Social, que define as regras e estrutura da holding, assim como os direitos e responsabilidades dos sócios;
  4. Criar um novo CNPJ;
  5. Registrar a empresa em órgãos reguladores;
  6. Fazer a transferência de ativos para a holding.

Veja alguns exemplos de holding empresarial!

São muitos os exemplos de holdings bem sucedidas. Atualmente, apenas no Brasil, existem mais de 100 mil negócios desse tipo em atividade, segundo a Receita Federal. Listamos as mais conhecidas:

  • Berkshire Hathaway: é a maior holding do mundo, com participação em empresas como Apple, Coca-Cola, Duracell, entre outras;
  • Alphabet: controla o Google, Calico, Capital G, etc;
  • Equatorial energia: holding brasileira que administra diversas empresas do setor de energia;
  • Grupo J&F: outro exemplo brasileiro. Controla negócios nos setores de agronegócio, alimentos e finanças;
  • Grupo Votorantim: tem presença em setores como cimento, metais, energia, finanças e celulose.

Quais são as vantagens de ter uma empresa holding?

Uma das principais vantagens das holdings é a facilidade de realizar diferentes investimentos sem que seja necessário arcar com os custos de abrir uma nova empresa.

Essa entidade também pode servir como um escudo patrimonial, como é o caso das holdings familiares, que protegem os bens dos sócios em eventos como divórcios.

Além disso, ela também oferece benefícios fiscais, pois pode estar localizada em cidades ou países com incentivos estaduais ou normas fiscais mais favoráveis para o negócio.

Confira também as desvantagens desse modelo de negócio

Pode acontecer de algumas holdings não levarem em consideração as necessidades das subsidiárias nas tomadas de decisões ou fraudar as contas das empresas controladas. Isso poderia causar impactos negativos tanto nos negócios quanto nos acionistas.

A formação de holdings também pode conduzir a uma concentração de poder econômico. Isso pode gerar concorrência desleal e afetar o mercado como um todo.

Afinal, vale a pena criar uma holding?

Ao optar por esse tipo de empreendimento, é preciso considerar aspectos como as dificuldades para gerir os ativos da empresa ou grupo de pessoas.

Mas se o foco é evitar conflitos judiciais relacionados à herança, esse tipo de empresa também poderá ser uma boa opção, pois facilita o processo sucessório.

A gestão centralizada por meio de uma holding é benéfica quando os ativos geram uma renda passiva considerável, tornando a operação eficiente. Além disso, a reputação da entidade também pode beneficiar as outras empresas do grupo e facilitar a aceitação no mercado.

A decisão de formar uma holding precisa ser bem pensada. É importante verificar se os benefícios fiscais oferecidos superam os custos para mantê-la.

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