Resumo do texto
- O que é salário líquido?
- Conheça os principais descontos aplicados na folha de pagamento;
- Saiba como calcular o seu salário líquido.
Quem trabalha com carteira assinada, provavelmente já viu seu holerite e notou que o pagamento recebe alguns descontos antes de cair na conta. Existe uma diferença entre a quantia que está no contrato – chamada de salário bruto – e o quanto você recebe, que é o salário líquido.
Isso acontece porque os funcionários registrados pela CLT precisam pagar uma porcentagem sobre alguns benefícios que recebem, além de recolher Imposto de Renda retido na fonte e contribuir para o INSS.
Essas regras fazem com que muita gente se pergunte por que entrou menos dinheiro do que o previsto. Para evitar esse tipo de dúvida, nós vamos te ensinar o que é salário líquido e como os descontos são calculados.
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O que é o salário líquido?
O salário líquido é o dinheiro recebido pelo trabalhador depois que são feitas as deduções previstas na folha de pagamento. Ou seja, ele é aquilo que você realmente “leva para casa”.
A quantia é o resultado da subtração dos descontos sobre o valor total, chamado de salário bruto.
Por exemplo, se você foi contratado para uma vaga que paga R$ 3.000 e o total de descontos é de R$500, seu salário líquido é R$ 2.500.
“Mas o que são essas deduções?”
Elas são como “pequenas contas” pagas antes mesmo do seu salário chegar até você.
Dentre elas estão o imposto de renda retido na fonte (chamado de IRRF), a contribuição para o INSS e uma participação em alguns benefícios oferecidos pela empresa, como vale alimentação e transporte.
Entenda a lista de descontos do salário bruto
As deduções feitas se dividem em duas categorias: obrigatórias e opcionais. Vamos começar pelas que todo mundo paga: INSS e Imposto de Renda.
Em seguida, você verá os detalhes sobre os descontos opcionais, que são referentes aos vales transporte e alimentação e a assistência médica.
INSS
O INSS é a contribuição obrigatória que todo trabalhador faz para a previdência social. Esse valor é destinado para pagar a aposentadoria fornecida pelo governo e também para custear situações como afastamentos por doença, acidente de trabalho ou licença-maternidade.
Confira as alíquotas do INSS
Salário de contribuição | Alíquota de recolhimento do INSS |
Até R$ 1.320,00 | 7,5% |
De 1.320,01 até R$ 2.571,29 | 9% |
De R$ 2.571,30 até R$ 3.856,94 | 12% |
De R$ 3.856.95 até R$ 7.507,49 | 14% |
IRPF
O Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) é uma obrigação fiscal para todos os cidadãos brasileiros que tenham renda anual acima de R$ 28.559,70.
Mesmo que você não ganhe tudo isso, o imposto é cobrado mensalmente sobre os seus ganhos, sendo descontado antes mesmo do pagamento. É por isso que essa modalidade do IR é chamada de “retido na fonte”.
O valor recolhido mês a mês depende do salário bruto registrado, e cada contribuição gera um abatimento no total de IR que precisa ser pago na declaração anual. É desses abatimentos que surge a famosa restituição.
Confira as alíquotas do IRRF
Salário bruto | Alíquota | Valor total |
Até R$ 2.112,00 | Isento | 0 |
De R$ 2.112,01 a R$ 2.826,65 | 7,5% | R$ 158,40 |
De R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05 | 15% | R$ 370,40 |
De R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68 | 22,5% | R$ 651,73 |
Acima de R$ 4.664,68 | 27,5% | R$ 884,96 |
Atenção: A alíquota é aplicada sobre o valor que resta após o desconto do INSS.
Digamos que você recebe R$ 2,9 mil. Isso significa que você deve contribuir com 15%, certo? Mas sua faixa do INSS prevê alíquota de 12% (R$348). Com isso, seus ganhos reais caíram para algo em torno de R$2,5 mil. Essa mudança te coloca em uma nova faixa do IR, que é de 7,5%.
Vale-alimentação
Começando a lista dos descontos opcionais temos o vale-alimentação. O benefício é oferecido pela empresa contratante e pode ou não gerar débito em folha de pagamento. Quando acontece a dedução, ela pode chegar até 20% do salário bruto.
Vale-transporte
O vale-transporte gera uma dedução de, no máximo, 6% do salário bruto. O total pago depende da quantidade de passagens gastas pela pessoa em seu trajeto de ida e volta e quantidade de dias úteis no mês.
A regra é mais ou menos assim:
- Se a quantia necessária for menor que 6%, será descontado o valor real (ou seja, exatamente o que foi gasto);
- Se a quantia for igual ou maior que 6%, a empresa só pode descontar até 6%. O restante será custeado pelo empregador.
E aqui fica um ponto importante: se você vai de carro até o trabalho, é preciso declarar sua opção por não receber o VT. Algumas empresas oferecem vale-combustível para esses casos, porém, ele é um benefício adicional e não pode ser descontado em folha.
Assistência médica
A assistência médica ou plano de saúde é um benefício opcional, no qual o empregador custeia uma parte do serviço em nome do trabalhador. O restante é pago pela pessoa, sendo que o valor varia de acordo com as regras do plano.
Qual é o máximo de descontos sobre o salário bruto?
De acordo com as leis brasileiras, uma empresa não pode descontar mais que 70% do salário bruto. O artigo 462 da CLT define que todo trabalhador deve receber, pelo menos, 30% de seu salário base.
Como calcular o salário líquido?
Para começar, vamos lembrar que a operação é simples. O salário bruto menos os descontos resultam no salário líquido, certo?
Porém, a parte mais complicada está na hora de levantar o valor de todas as deduções. Primeiro, vamos explicar o cálculo dos descontos para INSS e Imposto de Renda, que são os mais complexos.
Vamos usar o exemplo de alguém que foi registrado com salário base de R$ 3.500, usa vale-transporte, não tem benefício de saúde e recebe 5% de desconto do vale-alimentação.
Calculando o INSS
Para chegar ao desconto de INSS, é preciso distribuir o salário dentro das alíquotas. Para o nosso exemplo, o cálculo fica assim:
Valor dentro da 1ª faixa | Alíquota | Desconto |
R$ 1.320 | 7,5% | R$ 99 |
Na primeira faixa só entra até R$1.320, certo? Mas ainda sobram R$2.180, que precisam ser inseridos na segunda faixa.
Contudo, nessa alíquota só é possível “encaixar” R$1.251,28, que é a diferença entre R$ 2.571,29 (valor máximo) e R$1.320,01 (valor mínimo).
Valor dentro da 2ª faixa | Alíquota | Desconto |
R$ 1.251,28 | 9% | R$ 112,62 |
Ainda sobram R$ 928,72 do salário. Agora, basta usar a terceira faixa:
Valor dentro da 3ª faixa | Alíquota | Desconto |
R$ 928,72 | 12% | R$ 111,44 |
Pronto, agora o salário está todo distribuído e chegamos ao valor final de INSS:
- INSS = 99 + 112,62 + 111,44;
- INSS = R$323,06.
Calculando o IRRF
O cálculo do imposto de renda retido na fonte segue a mesma lógica do INSS, ou seja, é preciso distribuir entre as faixas. Porém, antes de fazer a distribuição é preciso descontar o valor do INSS do salário base:
- Valor de cálculo do IRRF = Salário base – desconto INSS;
- Valor de cálculo do IRRF = 3.500 – 323,06;
- Valor de cálculo do IRRF = 3.176,94.
Agora, vamos ao cálculo:
Valor dentro da faixa | Alíquota | Desconto |
1ª faixa: R$ 2.112 | Isento | R$ 0 |
2ª faixa: R$ 714,64 | 7,5% | R$53,59 |
3ª faixa: R$ 673,36 | 15% | R$ 101,01 |
Feita a distribuição, basta somar os valores:
- IRRF = 0 + 53,59 + 101,01;
- IRRF = R$154,60.
Demais descontos
Os outros descontos são porcentagens simples sobre o salário bruto, portanto, basta fazer uma conta simples:
Desconto | Alíquota (sobre salário bruto) |
Valor |
Vale-transporte | 6% | R$ 210 |
Vale-alimentação | 5% | R$ 175 |
Definindo o salário líquido
Agora, tudo o que você precisa fazer é somar os valores calculados até o momento:
- Salário líquido = Salário Bruto – (INSS + VT + VA+ IRRF);
- Salário líquido = 3.500 – (323,06 + 210 + 175 + 154,60);
- Salário líquido = 3.500 – 862,66;
- Salário líquido = 2.637,34.
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