Resumo do texto
- Entenda por que empreender é uma resposta para muitas pessoas LGBTQIA+ no Brasil;
- Saiba como o SEBRAE apoia empreendedores LGBTQIA+ com formação e oportunidades reais;
- Conheça histórias reais de quem está empreendendo com coragem, propósito e impacto;
- Veja como o PagBank pode ajudar a impulsionar o seu negócio com soluções feitas para você.
Falar sobre empreendedores LGBTQIA+ é reconhecer trajetórias marcadas por coragem e determinação. São pessoas que, muitas vezes, foram empurradas para fora do mercado de trabalho formal, mas decidiram não abrir mão dos seus sonhos. Em vez disso, abriram negócios, criaram espaços seguros, encontraram formas de viver com autonomia e transformar realidades — a sua e a de quem está por perto.
Atualmente, mais de 15,5 milhões de brasileiros se identificam com a comunidade LGBTQIA+. No entanto, de acordo com um levantamento recente feito pelo Datafolha em quase 300 empresas, com 1,5 milhão de trabalhadores, apenas 4,5% dos postos de trabalho são ocupados por essas pessoas. Quando olhamos para a população trans, esse número é ainda mais baixo: 0,38%.
Hoje, você vai conhecer histórias de quem empreende com propósito, afeto e identidade. Vamos mostrar como o empreendedorismo LGBTQIA+ tem mudado vidas, apresentar projetos que oferecem apoio real e iniciativas que conectam pessoas e oportunidades. Aproveite a leitura!
Empreendedores LGBTQIA+: conheça o cenário brasileiro
Empreender, para muitas pessoas LGBTQIA+, é uma resposta. Quando o mercado de trabalho fecha portas, o negócio próprio se torna uma alternativa concreta de sustento e de afirmação pessoal.
Dados do Sebrae mostram que mais da metade da comunidade LGBTQIA+ no Brasil está envolvida com o empreendedorismo:
- 24% já têm o próprio negócio;
- 11% estão no processo de abrir uma empresa;
- 20% têm planos concretos para os próximos três anos.
Cerca de 55% da comunidade LGBTQIA+ vê no empreendedorismo um caminho para conquistar autonomia, afirmar-se socialmente e resistir às exclusões estruturais. São 3,7 milhões de pessoas que já comandam seus negócios no país. E, para muitas delas, essa decisão nasceu da urgência: a necessidade de criar o próprio espaço em um mercado que frequentemente as marginaliza.
Abrir uma empresa, nesse contexto, é uma forma de retomar o controle da própria vida. Quase quatro em cada dez empreendedores LGBTQIA+ afirmam que a identidade de gênero ou orientação sexual influenciou diretamente na escolha de empreender. É uma maneira de atuar em um ambiente mais seguro, com liberdade para ser quem se é — algo ainda distante da realidade de muitos espaços corporativos.
E o sentimento tem base concreta: mais da metade dos profissionais LGBTQIA+ que atuam no mercado de trabalho dizem conhecer alguém que já sofreu preconceito no ambiente profissional. O medo de não ser aceito, o receio de ser demitido ao se assumir ou de sofrer violências simbólicas, ou diretas são fatores que fazem do empreendedorismo uma alternativa mais acolhedora e, em muitos casos, a única possível.
Mas o caminho não é simples. A formalização do negócio, por exemplo, ainda encontra entraves, especialmente para pessoas trans e travestis, que enfrentam dificuldade em usar o nome social na documentação oficial. Isso limita o acesso a direitos, a crédito e ao reconhecimento legal. Muitos também relatam resistência de clientes, fornecedores e instituições, comprovando que o preconceito continua presente mesmo depois da abertura do negócio.
Ainda assim, há força e inovação nesses movimentos. Empreendedores LGBTQIA+ estão presentes principalmente em setores como cultura, moda, gastronomia e serviços personalizados. São áreas em que conseguem expressar sua identidade e atender a demandas muitas vezes ignoradas pelo mercado tradicional.
Com a criação desses negócios, eles constroem uma fonte de renda, ao mesmo tempo, em que desenvolvem espaços de acolhimento e representatividade, fortalecendo toda a comunidade. O empreendedorismo, nesse cenário, é ferramenta de transformação.
Conheça o projeto Transcender do SEBRAE
Empreender pode ser solitário. E, para quem é LGBTQIA+, essa solidão muitas vezes vem acompanhada de barreiras que outras pessoas não enfrentam. Falta de apoio, insegurança nos espaços de capacitação, dificuldade de acesso ao crédito, preconceito velado (ou escancarado).
Foi diante dessa realidade que nasceu o Transcender, um projeto do SEBRAE voltado exclusivamente para esse público. Mais do que um curso de empreendedorismo LGBT, é uma jornada de fortalecimento. Durante sete meses, são mais de 50 horas de capacitação em áreas como planejamento, finanças, marketing digital e inovação.
Os participantes têm acesso a mentorias personalizadas, oficinas práticas e consultorias para desenvolver habilidades e estratégias voltadas à realidade dos seus negócios. A proposta vai além do conteúdo técnico — cuida da base: o direito de sonhar, de crescer e de ocupar espaços.
A participação no evento Mercado Mundo LGBT+, realizado em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro, é para muitos a primeira chance de apresentar seus produtos ou serviços a um público mais amplo, fazer conexões e testar suas ideias, na prática.
E assim como o Transcender, outros projetos vêm abrindo caminhos reais para quem quer empreender com identidade, segurança e autonomia.
Iniciativas que fortalecem o empreendedorismo LGBTQIA+
A realidade de quem empreende sendo LGBTQIA+ é diversa, bem como as necessidades. Por isso, projetos que reconhecem essas especificidades e oferecem suporte real são tão importantes. Um bom exemplo é o Projeto Empreendedorismo do Vale (E-Vale), de Santa Catarina, criado pela ONG Estrela Guia em parceria com a startup Cubo Soluções e apoio de organizações como o Fundo Positivo e o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+.
O E-Vale oferece um curso de empreendedorismo LGBT gratuito, com aulas, mentorias individuais, encontros presenciais, lives, workshops e uma feira. Além do conteúdo, o projeto oferece ajuda de custo para quem está em situação de vulnerabilidade e tem dificuldade de acesso à internet, para que mais pessoas possam participar e se desenvolver.
Outro destaque é o Centro de Empreendedorismo e Formações do Museu da Diversidade Sexual, em São Paulo. Ligado ao Núcleo de Educação para a Diversidade, o centro oferece cursos de curta e longa duração voltados à capacitação profissional da comunidade LGBTQIA+. São formações pensadas para ampliar a autonomia econômica e fortalecer a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho e nos pequenos negócios.
Essas iniciativas têm algo em comum: valorizam a potência da comunidade LGBTQIA+ e abrem caminhos concretos para transformar talento em renda, e ideia em negócio. Elas mostram que, com o suporte certo, é possível romper com ciclos de exclusão e construir trajetórias de sucesso com base na diversidade.
Leia também: Empreendedorismo feminino: entenda o que é e como ele acontece no Brasil
10 histórias de empreendedores LGBTQIA+ para inspirar seu dia
Quando falamos em empreendedores LGBTQIA+, estamos falando de pessoas que encontraram no próprio negócio uma maneira de afirmar sua identidade e gerar impacto. Cada história traz consigo um universo de desafios, mas também de soluções criativas, coragem e afeto.
A seguir, você vai conhecer iniciativas reais, espalhadas pelo Brasil, que mostram o quanto o empreendedorismo LGBT é potente e necessário.
EducaTRANSforma: capacitação para mudar o jogo
Após sofrer transfobia durante anos no mercado de trabalho, Noah Scheffel decidiu criar uma solução que mudasse realidades. Fundou a EducaTRANSforma, uma startup social que oferece capacitação online e gratuita para pessoas trans nas áreas de tecnologia, gestão e inovação.
Desde 2019, mais de 4 mil pessoas LGBTQIAPN+ foram formadas pela plataforma. Além dos cursos, a startup também presta consultoria a empresas e ajuda na criação de processos seletivos mais equitativos e ambientes realmente inclusivos.
Quando empreender é criar um espaço seguro
Carol Vascen e Mari Pavesca, casal de São Paulo, transformaram a cozinha de casa em ponto de partida para a Donuts Damari. A ideia surgiu em 2016, inspirada por uma confeitaria britânica, e foi adaptada ao paladar brasileiro. O negócio cresceu com força nas redes sociais, especialmente no Instagram, onde hoje está a maior parte da clientela.
Durante a pandemia, a marca viu os pedidos aumentarem em 20% e precisou sair da produção caseira para uma fábrica. Com equipe ampliada e demanda constante, Carol e Mari puderam dar o próximo passo: abrir a primeira loja física, um desejo antigo dos clientes. Mais do que vender donuts, elas criaram um negócio com identidade, que acolhe e representa.
Moda com identidade: a proposta da Casa Mirò
Criada por Bruno Menezes e Wider Gonçalves, a Casa Mirò nasceu da vontade de vestir com liberdade. O casal, que já enfrentava dificuldades para encontrar roupas que dialogassem com sua estética e vivência, decidiu lançar uma marca de shorts curtos voltada ao público gay afeminado, com estilo anos 1980 e propósito bem definido.
O negócio começou em São Paulo, com produção feita no próprio apartamento. Hoje, mesmo com a mudança para Porto de Galinhas (PE), a loja segue ativa no digital, com um público fiel. Mais do que vender peças de roupa, a Mirò entrega representatividade, visibilidade e pertencimento, ocupando um espaço que o mercado tradicional ainda insiste em ignorar.
Uma marca que nasce do afeto
Roberta Lins e Paula Melo começaram a Maria João Acessórios sem grandes pretensões. Procuravam por produtos criativos e com os quais se identificassem, mas não encontravam no mercado. Resolveram, então, criar. O negócio, que começou com vendas informais em academias e entre amigos, cresceu a ponto de ganhar uma loja física.
A marca não trabalha com distinção de gênero. Qualquer pessoa pode usar o que quiser e isso está no centro da proposta. Roberta e Paula enfrentam preconceitos por serem um casal, mas fizeram da visibilidade uma força.
Consultoria com propósito: o caminho da Transcendemos
Gabriela Augusto ouviu de um professor que jamais seria juíza por ser uma mulher trans. A resposta veio anos depois, na forma de ação concreta. Ela criou a Transcendemos, consultoria especializada em diversidade e inclusão, que já atendeu mais de 100 empresas, entre elas Natura, Arcor, Kraft-heinz e Dasa.
Tudo começou com um manual gratuito sobre processos seletivos inclusivos, ignorado por várias empresas. Gabriela, então, mudou a abordagem e passou a mostrar como a diversidade também gera resultados. Hoje, ela atua na formação de lideranças e no desenvolvimento de estratégias inclusivas, provando que, sim, há espaço para pessoas trans em qualquer lugar. E mais: que esse espaço pode ser construído por elas.
Beleza que resiste: a história de Carol Romeiro
Dona do Carol Romeiro Hair Studio, na zona oeste do Rio de Janeiro, Carol abriu seu salão em 2022 como uma alternativa ao mercado que a rejeitava. Mulher trans, ela enfrentou diversos episódios de discriminação em empregos anteriores e decidiu criar o próprio espaço, onde pudesse trabalhar em paz e atender com respeito.
O salão nasceu em meio à pandemia e se tornou uma referência local. Com o apoio do projeto Transcender do SEBRAE, Carol conseguiu organizar melhor a gestão do negócio e evitar a falência. Hoje, ela segue firme, oferecendo serviços de beleza em um ambiente onde o acolhimento é parte do atendimento.
Empreender por um futuro mais justo
Bruna Andrade e Flávia Maria, casadas desde 2015, fizeram do seu conhecimento jurídico uma ferramenta de apoio para a comunidade LGBTQIA+. Juntas, fundaram a Bicha da Justiça, uma startup que presta assessoria jurídica acessível e descomplicada para pessoas LGBTQIA+. A proposta surgiu depois de um primeiro negócio voltado ao público geral que não deu certo.
Assim que focaram no nicho com o qual se identificam, encontraram propósito e mercado. Em pouco tempo, a Bicha da Justiça ganhou visibilidade e prêmios, como o Startup Show e o Poc Awards. Mais do que atender clientes, o negócio também educa e fortalece direitos, promovendo cidadania através da informação jurídica.
Prazer com representatividade: a criação da pantynova
Izabela Starling e Heloisa Etelvina criaram a pantynova depois de perceberem a ausência de produtos íntimos pensados para mulheres lésbicas. Incomodadas com a forma como o mercado tratava o prazer feminino, com embalagens hipersexualizadas e baixa qualidade, decidiram investir em uma marca com foco em conforto, identidade e diversidade.
A pantynova oferece vibradores, dildos, calcinhas strapon e lubrificantes, além de conteúdos educativos e contos eróticos. Com mais de 60 mil clientes em todo o Brasil, a marca conquistou um público fiel e engajado. Izabela e Heloisa criaram um espaço seguro para o autoconhecimento e o prazer sem tabus.
Doces coloridos e conscientes
Em Curitiba, o chef Pedro Henrique Duarte transformou um presente de aniversário em um projeto de vida. Com R$ 200,00 nas mãos e o incentivo de um amigo, ele decidiu investir em uma ideia antiga: uma confeitaria. Assim nasceu a Coolors Gastronomia e Eventos, onde cada doce traz uma mensagem sobre identidade de gênero e orientação sexual.
Pedro não esconde quem é e fez disso o diferencial do negócio. 95% de seus clientes chegam pelas redes sociais, onde ele mostra os bastidores da produção e compartilha conteúdos que informam e acolhem. Apesar das críticas recebidas ao longo do caminho, ele mantém o foco: fazer da confeitaria um espaço de diálogo e respeito.
Inovação com impacto social: a trajetória da Nohs Somos
Hóttmar Loch, arquiteto de formação, decidiu empreender após ouvir relatos de violência e medo de pessoas LGBTQIA+ à sua volta. Foi assim que surgiu a Nohs Somos, uma startup de impacto social que atua com consultoria para empresas em diversidade, inclusão e bem-estar da comunidade.
Com uma abordagem que une tecnologia, empatia e formação de lideranças, a empresa desenvolve programas de recrutamento, mentorias e ações afirmativas estruturadas para criar ambientes corporativos mais seguros e saudáveis.
Amor e negócios: a franquia da Yes! Cosmetics
Giovana Figueiredo e Vanessa Dias, de Belém (PA), começaram sua trajetória empreendedora buscando uma forma de ficarem mais próximas. Com rotinas que mal permitiam momentos juntas, decidiram investir em algo em comum: abrir uma franquia da Yes! Cosmetics.
O negócio começou com coragem: elas venderam carro, apartamento e buscaram empréstimo para tirar a ideia do papel. Além de superar o desafio de empreender jovens e sem apoio familiar, enfrentaram o preconceito por serem um casal homoafetivo. Hoje, dividem a gestão com base em seus talentos: Giovana cuida dos números, Vanessa das pessoas. E seguem crescendo, com um negócio que é reflexo de parceria, afeto e resistência.
PagBank: sempre ao lado do empreendedor
Se você chegou até aqui, já entendeu: empreender sendo LGBTQIA+ não é só sobre abrir um CNPJ. É sobre resistir. É sobre existir. É sobre transformar dores em propósito, invisibilidade em potência e exclusão em oportunidade.
Cada história que você leu carrega algo em comum: a busca por autonomia, por respeito, por um lugar onde se possa crescer sem precisar se esconder. E é exatamente por isso que o PagBank está aqui. Para ser parceiro de quem empreende com coragem, com verdade, com identidade.
A gente sabe que você não precisa de mais barreiras. Precisa de uma conta que funcione, uma maquininha que aceite o seu ritmo, crédito quando for a hora certa e ferramentas que facilitem a sua rotina.
Por isso, se você está construindo o seu próprio caminho, não precisa ir sozinho. Conheça as soluções do PagBank para o seu negócio e empreenda com quem acredita em quem você é e no que você pode ser. Porque o seu negócio carrega muito mais do que um produto ou serviço. Carrega uma história que merece crescer.