Mãe empreendedora: oportunidades de negócio para começar em casa

Resumo do texto

 

A chegada de um filho muda tudo — rotina, prioridades, visão de mundo. E, para muitas mulheres, essa transformação também marca o início de uma nova fase profissional. Ser mãe empreendedora é, acima de tudo, um ato de coragem e de amor: por si mesma, pela sua família e pelos seus sonhos.

Não é à toa que os números só crescem. Segundo o Sebrae, 67% das mulheres que comandam pequenos negócios começaram a empreender depois da maternidade. Entre as MEIs, o número é ainda maior: 71%. Os dados provam que o empreendedorismo tem sido o caminho encontrado por milhares de mães para garantir renda, autonomia e mais presença no dia a dia dos filhos.

Neste artigo, você vai entender melhor como é a realidade das mães empreendedoras, quais são os principais desafios, conhecer histórias de mães empreendedoras de sucesso e receber orientações práticas para começar seu próprio negócio. Vamos juntas?

Empreendedorismo e maternidade: como é o mercado do empreendedorismo para as mães?

A maternidade ainda é uma virada de chave dolorosa para muitas mulheres no mercado de trabalho. Ser mãe, no Brasil, muitas vezes significa perder espaço, oportunidades e até mesmo o emprego

A pesquisa Mães 2024, da Catho, mostra que 1 em cada 4 brasileiras perde o emprego após se tornar mãe. E os números não param por aí. Confira alguns dados que ajudam a entender qual é o cenário atual:

  • 56% das mulheres são desligadas logo após o retorno da licença-maternidade;
  • 75% afirmam que foram questionadas sobre quem cuidaria dos filhos durante o expediente;
  • 52% deixaram de exercer alguma atividade como mãe por medo de perder o emprego;
  • 40% relatam perda de oportunidades de promoção devido à maternidade;
  • Apenas 5,5% receberam promoção durante a gravidez ou no retorno da licença;
  • 40% já sofreram discriminação em entrevistas por serem mães;
  • Só 16,2% das empresas oferecem apoio psicológico ou médico no retorno ao trabalho;
  • 77,3% das empresas ainda mantêm apenas os 4 meses de licença previstos em lei, e somente 2% oferecem períodos mais longos.

Diante dessa realidade, não surpreende que muitas mulheres estejam buscando outros caminhos. O empreendedorismo surge como alternativa — e, para muitas, como única saída.  

A maternidade, nesse contexto, não enfraquece, mas potencializa. É por isso que, mesmo diante da sobrecarga, da culpa e do cansaço, cada vez mais mulheres decidem buscar independência financeira e estar mais presentes na criação dos filhos.

Não é nada fácil. São jornadas duplas, triplas, um malabarismo diário entre o cuidado com as crianças e os desafios de um negócio. Mas essas mulheres vão em frente, porque sabem que estão construindo autonomia, dignidade e um novo modelo de vida possível para elas e suas famílias.

Histórias de mães empreendedoras de sucesso

Cada mãe empreendedora tem um motivo que a levou a dar o primeiro passo. Pode ter sido pela vontade de estar mais presente com os filhos, pela necessidade de gerar renda, ou por um sonho antigo que encontrou força na maternidade. 

Conhecer essas histórias é importante para perceber que, apesar dos inúmeros obstáculos e reveses, é possível, sim, transformar a maternidade em potência.

A seguir, veja a trajetória de seis mães empreendedoras de sucesso que enfrentaram as mesmas dúvidas e inseguranças que talvez você esteja sentindo agora — e que seguiram em frente, construindo negócios sólidos e com propósito.

Dani Junco — fundadora da B2Mamy

Dani Junco enfrentou dificuldades para retornar ao mercado de trabalho formal depois da maternidade e percebeu que essa era uma realidade comum entre as mulheres. 

Foi aí que surgiu a ideia de criar a B2Mamy, uma aceleradora que conecta mães ao ecossistema de inovação e prepara mulheres para se tornarem líderes e financeiramente independentes.

A empresa oferece capacitação, rede de apoio e ferramentas para que mães possam empreender, crescer profissionalmente e, acima de tudo, não precisem escolher entre a carreira e os filhos. Mais de 100 mil mulheres de todos os estados brasileiros fazem parte da comunidade. 

Dani é uma das maiores vozes quando o assunto é mãe empreendedora e seus desafios. Sua trajetória mostra que é possível construir um negócio sólido a partir das próprias vivências e ainda abrir caminho para outras mães fazerem o mesmo.

Lucilaine — fundadora do Instituto Gourmet

Formada em biologia e atuando como professora, Lucilaine Lima percebeu que a jornada extensa, a remuneração pequena e as condições duras do ambiente já não combinavam com a sua nova realidade.

O dom de ensinar poderia ser aproveitado com uma alternativa para estar mais presente na criação do filho. Trabalhar de casa era uma necessidade, e, ao mesmo tempo, uma excelente oportunidade.

Com o tempo, enxergou que muitas outras mulheres viviam o mesmo dilema. Foi então que nasceu o Instituto Gourmet, uma rede de escolas de gastronomia pensada para mulheres que, como ela, buscavam uma nova profissão com mais autonomia. Hoje, já são mais de 135 unidades espalhadas pelo Brasil.

Sua história mostra que os obstáculos enfrentados por mães empreendedoras podem ser o ponto de partida para negócios que impactam outras famílias. Lucilaine criou um ecossistema de capacitação e renda que transforma vidas, começando pela dela.

Luana Génot — fundadora do Instituto Identidade Brasil

Antes mesmo de se tornar mãe, Luana Génot já liderava um projeto com grande impacto social. À frente do Instituto Identidades do Brasil, ela trabalha para acelerar a igualdade racial no país, promovendo inclusão no mercado de trabalho e na comunicação.

Quando sentiu que o projeto estava sólido e sua situação financeira mais estável, decidiu dar um novo passo pessoal: engravidar. Hoje, mãe da Alice, Luana acredita que o legado construído com seu trabalho será uma referência para a filha — uma forma de mostrar que é possível ser mãe e agente de transformação ao mesmo tempo.

A trajetória de Luana é um exemplo de como o empreendedorismo é uma ferramenta de mudança social e também de construção de identidade para uma mãe empreendedora de sucesso

Regina Jordão — CEO e fundadora da Rede Pello Menos

Regina Jordão começou sua jornada empreendedora após uma mudança de cidade. Ao retornar para o Rio de Janeiro, entendeu que queria algo novo, com mais liberdade e conexão com outras mulheres. Foi assim que, em um pequeno sobrado em Copacabana, nasceu a primeira unidade da Pello Menos.

Com o apoio da filha Alessandra, que ajudava na divulgação, Regina apostou em um modelo de depilação prática e acessível. Em seis meses, já tinha mil clientes cadastradas. Em 2007, o negócio virou franquia e se espalhou pelo Brasil. Em 2022, a rede já tinha mais de 50 unidades e havia transformado os R$ 40 mil investidos no início em mais de R$ 36 milhões em faturamento.

A história de Regina mostra como uma ideia simples, somada à experiência de vida e à coragem para tentar, pode se tornar uma marca consolidada. Ser mãe, para ela, nunca foi um impedimento, mas parte da força que move o negócio.

Ana Calçado — CEO da Wylinka

Ana Calçado é mãe e uma das principais lideranças femininas no setor de inovação científica no Brasil. À frente da Wylinka, organização que transforma conhecimento acadêmico em soluções para o mercado, ela enxerga na educação e na ciência os caminhos para construir um país mais justo.

Quando se tornou mãe, Ana não parou. Pelo contrário, sentiu ainda mais responsabilidade de transformar o ecossistema. Passou a atuar diretamente na inclusão de outras mulheres em posições de liderança e defende o investimento em startups lideradas por mães como forma de romper ciclos de desigualdade.

A maternidade não diminuiu seu ritmo. Pelo contrário, fortaleceu seu propósito. Ana acredita que o exemplo é o melhor legado que pode deixar para o filho: mostrar que é possível liderar, inovar e transformar realidades, sendo, ao mesmo tempo, mãe presente e profissional ativa.

Sônia Ramos — fundadora da Casa de Bolos

Sônia Ramos viu no forno de casa uma saída para um momento difícil. Em 2009, após o filho mais novo perder o emprego, decidiu transformar o hábito de fazer bolos caseiros em negócio. No começo, poucos acreditavam no potencial de um produto tão simples. Mas ela seguiu em frente.

Com receita de família e dedicação total, a Casa de Bolos cresceu. Hoje, é a maior rede de franquias de bolos do Brasil, com 530 lojas. O segredo? Fazer com amor, manter a essência e acreditar que empreender também é sobre acolher — os filhos, os clientes, as dificuldades.

Para Sônia, ser mãe empreendedora foi uma escolha que uniu tradição, afeto e visão de futuro

Se inspirou e quer começar sua jornada empreendedora? Veja os primeiros passos

Você acaba de ler histórias reais, talvez tenha se identificado com as adversidades dessas mulheres e, talvez, esteja sentindo que agora é o seu momento

Tornar-se uma mãe empreendedora é um dos caminhos para conquistar mais liberdade, realizar desejos e construir um futuro com mais autonomia para você e sua família. Mas, como em toda jornada, o primeiro passo é o planejamento.

Empreender não tem uma fórmula pronta, mas exige clareza de objetivos. Por isso, antes de abrir o seu negócio, reflita com calma sobre alguns pontos fundamentais:

  • Suas necessidades atuais: empreender para aumentar a renda, ter mais tempo com os filhos ou seguir um propósito? Saber o seu “porquê” é essencial para definir metas reais;
  • Habilidades e experiências: o que você faz bem? Quais conhecimentos pode transformar em produto ou serviço? Muitas mães criam negócios com base nas vivências da própria maternidade;
  • Tempo disponível: quantas horas por dia você consegue se dedicar ao negócio, sem comprometer seu bem-estar nem o cuidado com os filhos?
  • Investimento inicial: quanto pode investir sem colocar a estabilidade da família em risco? Começar com pouco é totalmente possível, desde que o plano seja bem estruturado;
  • Rede de apoio: quem pode te ajudar, na prática, e emocionalmente? Contar com o apoio de parceiros, familiares ou outras mães empreendedoras, faz toda a diferença;
  • Mercado e público-alvo: existe demanda para a sua ideia? Como você conseguiria se diferenciar?

Com essas respostas, fica mais fácil construir o seu plano de ação. E lembre-se: você não precisa começar grande. Muitos negócios liderados por mães empreendedoras surgiram da sala de casa, de uma necessidade pessoal ou de um talento redescoberto na maternidade.

Para apoiar você nesse início, indicamos a leitura do nosso guia completo: Como começar seu negócio: será que existe momento certo para empreender?

Dar o primeiro passo é sempre o mais difícil, mas também o mais importante. E você não está sozinha: há uma comunidade crescente de mães empreendedoras de sucesso mostrando que dá para conciliar maternidade com realização profissional.

Conheça também as mães que fazem acontecer no universo financeiro

Ser mãe empreendedora não se resume a abrir um negócio. É também sobre assumir o controle da própria vida financeira e criar uma relação mais consciente com o dinheiro. E muitas mulheres estão fazendo isso acontecer, inclusive em áreas tradicionalmente masculinas, como o setor financeiro e o mercado de investimentos.

Com histórias potentes, essas mães empreendedoras de sucesso ensinam que é possível entender de finanças, liderar empresas, gerar impacto e, ao mesmo tempo, exercer a maternidade com presença e afeto

Se você está vivendo essa fase de transição e quer entender melhor como avançar, inclusive do ponto de vista financeiro, confira nosso conteúdo exclusivo: confira essa breve análise sobre maternidade e investimentos.

0000000000000000Transformar sua realidade com um negócio próprio é perfeitamente viável, e já há muitas mulheres fazendo isso, todos os dias. Agora, chegou a sua vez